Black Consciousness Day
Não se pode negar o legado deixado por
diversos grupos étnicos no Brasil e no mundo. Vale salientar que ao longo da
trajetória da civilização humana, houve sucessivas e variadas formas de
violência devido a fatores de natureza biológica, mental e espiritual dos
viventes humanos nessa realidade cheia de limitações e sofrimentos. A idéia e o
sentimento de superioridade de um grupo racial em relação a outro, tem sido o
motivo de muita hostilidade e discórdias ao longo das eras.
Cada grupo racial pertencente ao grupo
humano. Possui suas lutas internas e externas, com conquistas e derrotas. Em meio
a tantas divisões e separações sofridas por todos que se dizem membros da
comunidade humana, é possível notar que o apreço pela distinção de classes,
raça, sexo, religião de todos os habitantes deste mundo azul constitui um
flagelo mortal para nós mesmos.
É preciso examinar, investigar as
causas mais profundas dos problemas existenciais em nossa sociedade. O modo
como enxergamos, pode fazer muita diferença na hora de agirmos para a
construção da harmonia social. O que torna o homem indiferente ao sofrimento de
milhões, é o egoísmo, a ambição, a ganância, a ânsia e a necessidade de querer
ser melhor do que os outros. No meu entendimento, é uma necessidade artificial
e implantada por mega empresas marqueteiras que só visam atender aos interesses
econômicos e não coloca a vida em primeiro lugar, mas sim a propriedade
material, o patrimônio, o lucro. É óbvio que enquanto existir violências e
domínio tirânico de uns sobre os outros, mentira e propaganda, jamais haverá
justiça e fraternidade humana.
A reflexão não pode se restringir
apenas ao racismo e a integração dos negros para a conquista de seus direitos
violados e não cumpridos na vida social. Mas o que faz as pessoas viverem sem
nenhuma sensibilidade. O que faz as pessoas se comportarem como macacos e
papagaios, sempre imitando e repetindo o que outros já fizeram e não deu certo.
O que faz as pessoas desistirem de viver fraternalmente e deixarem de encarar a
vida como um campo de batalha, onde somos educados e preparados desde pequenos
para sermos competidores implacáveis, com aquele perspicaz propósito de “vencer
na vida” e se cercar de seguranças e privilégios.
Onde fica a proclamação da consciência
humanitária, da consciência planetária? Não importa a etnia, a classe social, o
sexo e a crença do indivíduo, o que interessa é dar condições para o
desenvolvimento do ser humano nascido, principalmente, nas condições precárias
e subumanas. Enaltecer e dar visibilidade as raízes históricas e culturais dos
povos africanos, não vai acabar com a desigualdade e as injustiças cometidas
cotidianamente contra eles. O conhecimento do passado só tem valor, quando nos
ajudar a entender como funciona o âmago do modelo social e suas respectivas ações
criminosas.
A dívida que o Estado tem com essa
fração da humanidade abandonada e esmagada pela ineficiência das ditas
“políticas públicas”, é assustadoramente incalculável. Sendo assim, eles ainda
continuam sendo vítimas de crimes sociais. Quando algum dia todos olharem
profundamente para dentro de si mesmo, mudando de valores e todos os direitos
forem iguais e garantidos, na prática, pela constituição deste país, aí sim
haverá o que nunca se houve até aqui: HARMONIA ENTRE TODOS NÓS.