quarta-feira, 20 de março de 2019

Idéias e mentiras arraigadas 

Pensar com profundidade e por conta própria parece ser um crime. No meio de tanta mentalidade de superfície, vidas programadas e impregnadas do lixo da cultura social. Colocar-se de maneira não programada e deixar de seguir falsos valores, propagados pela narcotização midiática para o acorrentamento de mentes robotizadas, é uma exceção à regra geral. O que se vê, é a grande maioria da população sendo seduzida pelo marketing da propaganda e desejando ter mais do que realmente precisa, esquecendo-se muitas vezes a diferença entre desejos incontroláveis de consumo e necessidades básicas para a manutenção da espécie. 

Porém, essa não é a única corrente que prende o ser humano. Há outros cárceres extremamente profundos e bizarros responsáveis por exemplo, pelo aumento da criminalidade, da intolerância, da discriminação e do preconceito, da disseminação do ódio e da revolta, da destruição ambiental, da indiferença para com milhões de pessoas em estado de pobreza e miséria, e por aí vai. São inumeráveis estragos causados pelo aprisionamento na inconsciência e ignorância popular. Vivemos dentro de padrões sociais que regulam nossas ações e padronizam nossos comportamentos, mas o enquadramento social do indivíduo só é possível no terreno da razão e não do sentimento. O saber pode ser embalado numa caixa, mas o sentir se recusa a aceitar valores e padrões pré-estabelecidos por um modelo social empresarista e por um grupo de pessoas privilegiadas que só visam o lucro que é a meta do negócio. 

O alicerce dessa estrutura mundial são as camadas mais pobres formadas por pessoas roubadas em seus direitos constitucionais mais básicos, ou seja, uma conjuntura de sociedade que não merece respeito. E aqueles que estão vivendo em condições privilegiadas também não são isentos da malha de sofrimentos, pois, vivem no medo de perder a vida pelo tanto que já possui.  

Além disso, temos as expressões de “ego e vaidade” emanados por pessoas escravas do sentimento de superioridade e supervalorização de sua própria imagem. Apresentando-se de forma polida e elegante para os bons observadores fica fácil detectar a fétida sujeira da auto exaltação para ganhar vantagens através de sua posição ou status social. O pior é que esse tipo de escravidão tem sido muito lucrativo para as grandes e pequenas empresas. Não falta consumidores para usufruir de produtos de embelezamento, entretenimento, alimentação industrial, utensílios, etc. Usando a psicologia do inconsciente, os produtos agora não são apresentados apenas como objetos de utilidade, mas como um valor social. A estratégia midiática-publicitária é criar desejos de consumo nas massas para fortalecer e manter o mercado de consumo sempre em alta. No vício de comprar, as pessoas acabam apossando-se de coisas desnecessárias para a subsistência e acreditam na idéia de que: “só pode ser feliz quem compra,””enquanto você tiver, você vale o que tem,” tempo é dinheiro”, “dinheiro que chega fácil vai fácil,” enfim, fomos adestrados e condicionados a pensar que essas idéias são verdadeiras, mas isso não é verdade, só se você acreditar. 

A maior prisão que um ser humano pode viver é o cárcere da falta de consciência da realidade. O indivíduo que não consegue enxergar a própria realidade e o mundo a sua volta, age e vive na inconsciência e alienação. Tentando resolver os problemas e apontando soluções sem um menor senso crítico. Esse deve ser o empenho de todos nós, trabalhar no desenvolvimento da própria consciência para desfazer os condicionamentos sociais internos que causam o descontrole e as doenças psicológicas e sociais. 

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