quarta-feira, 28 de agosto de 2019

AS CONSEQUÊNCIAS DAS INFLUÊNCIAS DO PASSADO

Não é de se estranhar que vivemos submersos em um mundo cheio de confusão de qualquer tipo. O estado de confusão nos impede de ver e perceber o que não é confuso. E toda ação consciente que nos leve a lutar contra a confusão existente para bani-la ou explicá-la será ainda um movimento confuso. Porém, se o indivíduo consciente de si mesmo não procura lutar e nem perseguir alguma forma de explicação para o estado de confusão presente e atuante, então essa mesma confusão se revelará e a clareza vai desabrochar.

Toda ação é resultado de nossos próprios condicionamentos pertencentes a uma sociedade criadora de situações conflitantes e gerenciadora de suas misérias. O tempo todo nos induz a fuga de nós mesmos através de crenças, entretenimento, buscas insensatas, pessoas, bens temporais, e muitos de nós valorizamos os esforços e a dedicação em competições acirradas como numa tentativa inconsciente ou consciente de ser reconhecido pelo grupo social. Contudo, assumindo esse comportamento não é perceptível a reprodução mecânica de passos repetitivos que outros já fizeram? Não parece ser algo programado e imposto aos humanos para continuar com a sua mente presa nas malhas do tempo condicionante? Há algo a mais diante da miserável vida que já construímos? Ou iremos perpetuar a atitude dos macacos que imitam gestos e ações já vividas no passado?

O encontro e a conexão com a verdadeira realidade, ou Deus como as religiões chamam, não pode acontecer por meio de crenças, ideologias, devoções a estátuas, idéias, ídolos, mestres, gurus, porque tudo isso é mero produto do pensamento humano e constituem idolatria e superstição, mas muitas pessoas idolatram as coisas da mente. A corrida em direção aos deuses modernos e antigos arquitetados pela mente ansiosa dos humanos, amesquinhou e estagnou a evolução espiritual da humanidade. Deixando-a dependente dos dogmas e ditames de uma autoridade religiosa.

Não sou contra os religiosos, vejo todos eles como vítimas da escravização mental, até porque já fui um frequentador de Igrejas e um leitor assíduo da bíblia. Tinha assumido o cristianismo católico como uma forma de vida. Participei de vários encontros com o intuito de entrar em contato com um ser espiritual para obter alguma “graça” ou benefício. A minha oposição é com o sistema religioso que hipnotiza as pessoas fazendo-as se comportarem de acordo com os padrões estabelecidos pelo pensamento religioso. Quando me dei conta da pressão e repressão da religiosidade em minha vida, já fazia mais de 20 anos de devoção anestesiante. A única maneira que eu tinha de ver e interpretar o mundo era através da mentalidade religiosa. No entanto, aos poucos essa forma de pensar cedeu lugar para o questionamento da própria realidade, e outros sintomas da sutil percepção começaram a aparecer. Comecei a ligar as minhas experiências de infância e adolescência a tudo aquilo que aprendi, seja através dos estudos, ou pelos relatos de experiências de vida de outras pessoas. É como se eu montasse um enorme quebra-cabeça, e juntando peça por peça, as coisas começaram a fazer muito sentido. Hoje, não me considero um filósofo ou decifrador de códigos, enigmas e símbolos ocultos, mas um buscador da verdade, do Real.

As influências culturais do passado sobre os americanos ( vale ressaltar que são os habitantes do imenso continente americano), por exemplo, são incontáveis como as estrelas no céu, mas colocando-se na posição de um atento observador dos fenômenos e das transformações sociais, é possível chegar ao melhor esclarecimento sobre os mecanismos indutivos de controle e manipulação das camadas populacionais mais pobres e enfraquecidas. Ao longo da história, aqueles que não tiveram “a vez e a voz”, sempre são tratados como uma sub-raça em relação a outros. O mais forte prevalece sob o mais fraco para fins de domínio e exploração. 

Vitimados pelas constantes influências culturais, mentais, emocionais ou espirituais, cabe a todos nós adotarmos uma postura permanente de vigilância para não sermos fisgados pela alienação e entorpecidos pelo poder das mídias hipnotizantes geradoras de graves consequências.

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